quinta-feira, 30 de julho de 2009

Compassos

Parte I

Retomar as cores,
degustar os versos,
mergulhar nos livros,
ter um pouco de paz,
paz de espírito,
resgatar o gosto,
ter amor,
ter alegria,
devolver o tédio,
ter mais inspiração.

Parte II

Além do dia,
viagem no tempo,
descobrindo as faces
talvez seja verdade
a cruzada do destino.
Medo,
nenhum vacilo,
nenhum erro,
ser o melhor de mim.
Arrepio,
força divina.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quadrado

Aqui onde eu posso ver somente as minhas dores e pegar o cheiro que exala do meu corpo, há barulho estático e gritos esparsos.
Ainda que movimentos horizontais e elevados possam me expulsar e alguém lá fora possa me avistar, transloucada, melhor saber que essas sombras ele não reconhece.
Será uma apaixonada escrevendo cartas de amor? Segundo os solitários à espera de reflexos pela fechadura, talvez sim.
Em alguns lugares vejo cadeiras, mais abaixo o vazio e para além de mim, o lixo. Restos acumulados de um quadrado de loucos. A loucura cética, a loucura surda, a loucura insana e a loucura real em cada ponto perfeitamente dividido.
Eu prefiro o silêncio.
O riso dos infelizes me incomoda, o riso sórdido e sarcaz tanto quanto a presença negativa. Pertinente. Por isso que ouso esperar, ainda não é a hora de subir.
Eu prefiro a sensatez.
Ao dividir espaços, continuamente, encosta-se no melhor e no pior dos egos. Entre o contraste, a desordem e a falsidade, melhor calar; sem embates nem tormentos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

São João

Céu estrelado e colorido; fagulhas secas e compridas riscando-o e bandeirolas imensas a enfeitá-lo. É assim que me encontro ao luar nas interioranas noites do santo festeiro. Pura alegria e a sintonia em pares a cada toque de zabumba.

Como
o som triângulo
ríspido
e compassado
que me perpassa
inusitado.