quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Mova-se

Naqueles dias de tédio. Tire a bicicleta das férias prolongadas ou leve o cachorro para passear. Exercite-se. Mova-se. Faz um bem danado.
Quem me fez acreditar ainda mais nisso foi um senhor que hoje pela manhã andava de skate nos Barris. Com os pés descalços, era do tipo que passava a maior parte da vida trancado em um escritório e que no final do dia só tem vontade de pisar na grama. Bem sucedido, família estruturada e em plena meia-idade.
Mas alí, não havia ternos nem gravatas. Sozinho e debaixo de uma chuva fraca, ele calmamente ensaiava alguns movimentos como se tentasse relembrar tempos áureos. Nunca é tarde. Passei e ele continuou por lá, tentando.
Hoje, o dia dele com certeza foi melhor. Acredite.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Medo

A vida é tão frágil que dá medo. Saber que em um segundo tudo pode mudar. Uma queda, um assalto, um tiro, um ataque fulminante. Como se o sumo da vitalidade escorresse em fios lentos e o sonho da eternidade se estilhaçasse no ar.
O homem, em geral, se adapta rapidamente às mudanças. Mas há situações em que o ser humano jamais vai se adaptar. Medo. Os jornais, a televisão, o rádio e a internet todos os dias nos fazem lembrar que amanhã poderemos ser mais um número nas estatísticas negativas.
Medo que nos circunda, como se livrar dele se a realidade não nos deixa esquecê-lo?
E há tanta coisa boa lá fora, tanto para experimentar, descobrir, viver... Melhor mesmo acreditar que não existe limite, que a vida é uma dádiva e que a realidade é melhor do que aparenta ser.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Segunda-feira

Todas as pessoas
aparentam
sentir o mesmo:
rostos pesados,
apáticos,
olhando para o infinito,
olhando para o nada.
A manhã vai caminhando
devagar.