quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sob o véu da Intolerância

No Brasil, é costume dizer que futebol, religião e política não se discutem, mas frequentemente estes temas norteiam alguns debates na sociedade. Dentre eles, a religião é o que a neutralidade prevalece em maior escala. As pessoas possuem sua religião ou opiniões acerca desse assunto, porém se recusam ao diálogo sobre o tema.
Justamente a falta de diálogo alimentada pelo etnocentrismo vem construindo atitudes de intolerância religiosa no decorrer da história da humanidade. (...) Tratando-se do Cristianismo e do Judaísmo, estas religiões desencadearam momentos de ódio irracional e intolerância.
Após quase 2 mil anos de conflitos, a reaproximação de judeus e cristãos somente foi iniciada com o Concílio Vaticano II(...). Este Concílio estabeleceu-se como ponto inicial de uma nova fase de diálogo e relações entre a Igreja Católica e a comunidade Religiosa Judaica. Mesmo referindo-se especifiamente ao Judaísmo, o Concílio expressou um ponto fundamental para o respeito às diversas manifestações religiosas; em vez de ressaltar as diferenças entre o Cristianismo e o Judaísmo, ele recordou o vínculo espiritual entre elas e que está espiritualmente ligado à descendência de Abraão.
O Concílio Vaticano II foi um marco e sendo a religião o universo mais prural da condição humana, é essencial a pesquisa na área das crenças religiosas. Em meio a diversidade, certamente, há associações que levam não apenas às diferenças entre elas, como também às semelhaças. Semelhanças que geralmente ficam ofuscadas por uma camada de intolerância. No caso do Judaísmo e do Cristianismo, elas tiveram a mesma origem, mas em algum momento da história se separaram e ainda assim, acreditam no mesmo Deus ou D-us, baseiam-se no mesmo livro – a Bíblia (que os judeus chamam de "Tenak" e os cristãos de "Antigo Testamento"), entre outros aspectos.
Na verdade, as diferenças religiosas em si não provocam conflitos. São as interpretações e as significações a que as diferenças são submetidas que geram atos de intolerância religiosa. Religiões, que talvez não possuam mesma origem podem mostrar-se semelhantes em valores e crenças, mudando-se apenas as formas de manifestação. Para tanto, é necessário pesquisar, conhecer e respeitar.
Que Deus, Alah, Jeová, Xangô, Maomé, Buda, Krishna ou Tupã abençoe.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um pouco de saudosismo

Hoje Salvador me fez lembrar minha cidade: Miguel Calmon. Choveu pela manhã e eu me banhei na chuva como há muito tempo não fazia. Foi sem querer, decerto, mas uma voz interior me fez deixar molhar o corpo livremente, sem pudor.
Agora, a tarde vem chegando e no céu nuvens pesadas se preparam, a qualquer hora vão se desfazer em milhões de gotas.
Esses dias, percebi que nessa época do ano, algumas árvores exalam um cheiro forte. É o cheiro do meu Natal. Todos os anos eu o senti sem nem mesmo notá-lo. Lá ele estava, e dessa vez as árvores resolveram me presentear. Deram-me com o cheiro a sensação de paz.
Ano acabando, chuvas de verão, férias apontando, família, Natal, Paz, Amor. Calmon, Miguel Calmon.