sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Eu, monstrinho

Há histórias, verídicas claro, que tenciono adorná-las com palavras escritas, porém passado o frescor momentâneo, a memória não é capaz de reavivá-las. Disposta tal condição, apresso-me a delatar o que me veio a acontecer por esses dias.
Foi um daqueles instantes a que chamam de lapso e que depois de ocorrido, a mente nos presenteia com mil e uma possibilidades, pensamentos. Primeiramente, me anteponho a esclarecer que não sou de dramas, mas se tratando de semelhante experiência é necessário um mínimo rabisco.
Dizem as línguas interioranas que o dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, antecipa a previsão do tempo para o Natal. Se neste dia chover, no Natal o céu estará limpo e vice-versa. Sendo assim, espero uma feliz festa natalina, pois foi o dia 8 que comportou o meu lapso.
Naquele meio-dia, eu não sonhava com os estragos que uma frigideira pode comportar nem tampouco recordava a desavença da água com a gordura. Não sou leiga se tratando de tal rixa, prefiro concordar que houve um breve descuido de minha parte. Ao ver aquela pobre frigideira e suas crias sendo queimadas não hesitei em ir socorrê-las. Desliguei a boca do fogão. Traiçoeiro fogo, verdadeiras labaredas surgiram diante dos meus olhos. O que fazer? Ali eu estava entre o fogão e o fogo tendo a pia do outro lado.
Foi receio, medo. O medo de ver as chamas se espalharem pelas outras panelas, atingir os panos e se tornar um incêndio que me fez arremessar a frigideira até a pia e ademais: abrir a torneira. Fraco pensamento dentro de um instante, impossível saber quanto tempo transcorreu naquele momento.
Já passados alguns dias, sinto em minha pele como se os pingos de gordura ainda estivessem quentes. Decerto que quando isto aconteceu não senti nada, nada mesmo, nem ardência nem dor. Eram os móveis da cozinha que me preocupavam. O armário fora atingido e todo o ambiente se envolveu de fumaça. Apenas as vozes confusas dos meus pais, que surgiram assustados, me fizeram pensar em mim mesma. Minutos depois, afrontei o espelho e vi um rosto, um braço e um pescoço condensados em vermelho. Noutro dia, acordei monstrinho pintado com bolhinhas vermelhas. Mas graças ao poder divino, não foi grave, somente a pele foi atingida, as bolhas não ardem e logo vão cicatrizar. Amanhã deixarei de ser monstrinho enquanto a vida continua frágil.

8 comentários:

Teka disse...

rááááuahauhauahuhahauhauhuahuha


ki discórdia completa, meu deus!

zena cruz disse...

nossa.... lú mas vamos concordar que vc nna cozinha ....é um perigo né (rsrs) mas a situação mim chocou vc falou com um tal drama que parece que foi um incendio...nada grave mesmo? então relaxe acidentes assim ...acontecem...miga bj

Carol Guedes disse...

sério isso ! UIIII

Milena Palladino disse...

Te entendo, viu?! rs

Bianca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bianca disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Muito bom!!
Lembrando aqui de quando a gente quase colocou fogo na tua casa. Ainda bem que nesse dia não aconteceu nada com ninguém!
aushausahuahuahsuashuashuhuah

Alter Ego disse...

auhuahh
e eu achava que eu era uma vergonha na cozinha...

Lucas Franco disse...

Ô Lu, mas agora está tudo direitinho :) Pow, eu mexo pouco na cozinha, é uma parte perigosa da casa, e você conseguiu transformar esse momento 'simples' e 'cotidiano' em 'poesia' e 'magia'. Toques de literatura em causos de nossas vidas é o melhor tipo de teste para saber se daí pode nascer uma grande escritora, e acho que você passou no teste :)