domingo, 22 de fevereiro de 2009

O Carnaval como um vírus

Para Vygotsky, psicólogo russo, o meio influencia o homem. Se tratando do Carnaval, é impossível não enxergar o quanto esta festa é contagiante. Uso o termo contagiante no sentido literal da palavra: pegar por contágio. E como são muitas as pessoas que são “contagiadas” por sensações e opiniões diversas nesta época no ano, me restrinjo a apenas três grupos que se manifestam na capital baiana.
Outro dia, ouvi no ônibus as seguintes palavras de uma senhora quase idosa: “Tomara que chova nesse Carnaval”. Com esta frase, ela se encaixa no grupo dos Aborrecidos composto pelos fanáticos religiosos, os traumatizados e os eternamente estressados. Cada um com os próprios motivos, além de não gostarem de Carnaval, eles torcem para que algo ruim aconteça e estrague a alegria dos foliões; como se uma chuva, por exemplo, fosse mesmo capaz de tal façanha.
Os Guerrilheiros fazem parte do segundo grupo. Não é difícil identifica-los, eles enchem os supermercados na véspera da festa e saem carregando água e mantimentos. São sacolas e mais sacolas fartas preparadas para enfrentar a guerra. Guerrilheiros também são os lojistas, visto que são experts em armar trincheiras de madeira; tudo para proteger seus bens.
Por último, lhes apresento os Indecisos. Mesmo não gostando de Axé e convictos desde o ano anterior de que esses seriam dias de descanso, não suportam a pressão da televisão e do clima e caem no ritmo. Mas não há o que temer, afinal não existe no lado oeste de Greenwich vírus mais contagiante que o Carnaval – leia-se contagiante, pois o contagioso já é outra história...

5 comentários:

Teka disse...

vc eskeceu do meu grupooo
os que fogem pra outras cidades, vilareijos e bla bla blas =)



mas vou te confessar uma coisa... nao vou ao carnaval pq a dissipaçãp de vírus eh demais =/

eh serio, todo mundo suado, akele calor abafado... vai ki alguem espirra perto de mim? deuzémais 0.0

Lucas Franco disse...

Penso que do lado esquerdo de Greenwich, só a copa do mundo e eleições para disputar em influência com o carnaval. Nós ocidentais somos movidos a grandes eventos, grandes multidões, e mesmo quem não está dentro da multidão faz parte dela, expondo sua opinião de desprezo ou ódio por uma festa que, embora 'democrática' por não se ter como fugir dela (e dividir as mais diversas opiniões), acaba se tornando uma festa 'selecionada' pelo fato de causar desejo apenas em quem por ela sente um sentimento muito grande, a ponto de se misturar e ser mais um no evento sem tantos objetivos a não ser curtir, cada uma da sua forma, compatível com o seu perfil.

Alter Ego disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alter Ego disse...

Há, o carnaval é bom que move a economia da cidade, tudo bem , algumas mortes, roubos,mas é a turma da pipoca, né? Quem liga? Aquele que paga sempre tem razão, o gringo, o classe A, a cidade e os incomodados que se mudem, exato? Hehe

zena cruz disse...

acho que faço parte dos indecisos ...
e vc lú? acho que vc tb!